A vida missionária na paróquia São Miguel
Arcanjo em Cuamba, Moçambique e na paróquia
São José em Mitucue, prossegue com muito ardor
A comunidade das missionárias brasileiras Raí
Soares, Elza Santos e da leiga Celia Cota está muito
atarefada com as atividades junto à paróquia.
Informa Raí Soares que a paróquia tem uma
obra chamada Centro Nutricional José Alamano,
dos padres da Consolata, que é um espaço de
recuperação de crianças mal nutridas, onde damos
apoio na pesagem das crianças, orientação aos
familiares e ajuda com leite. As atividades são as
mais diversas.
Somente com a infância missionária
são mais de 1600 crianças. Porém, outros serviços
são feitos como com os vocacionados, que são 26
jovens; o acompanhamento ao dízimo; assessoria
à equipe econômica da diocese e o apoio à pastoral
de saúde.
No trabalho social há um
acompanhamento com as escolinhas para idosos;
apoio a idosos com horta; corte e costura para
mulheres e jovens. Também como Professora na
escola secundária Padre Eugenio Menegon – uma
escola universitária da Diocese de Lichinga e
coordenadora acadêmica dos cursos de mestrados
e licenciaturas nos finais de semana na
Universidade Católica de Moçambique – Faculdade
de Agricultura. Na comunidade de Mitucue também
são realizados trabalhos com crianças, mulheres,
jovens e adultos.
No dia a dia são muitos os fatos que
acontecem na vida de uma missionária. Raí
descreve alguns, que muitas vezes não consegue
entender. Por exemplo: Odir, odir, odir (licença)
alguém sempre vem a nossa casa à procura de algo
como: emprego, comida, dinheiro, remédio,
caderno, caneta...
Na escola, os estudantes sempre
dão desculpa que faltaram porque estavãm com dor de cabeça, ou alguém na familia ou vizinho
perdeu a vida (morreu), ou estava de baixa
(internado no hospital) para justificar a perda de
uma avaliação. Quando viaja-se de carro, alguém a
faz parar e pergunta: Pra onde a viagem? se eu
tivesse sabido, poderia aproveitar para passear ou
conhecer o tal lugar.
Todos querem boleia (carona)
não importa pra onde.
Contam seus problemas com
muitos detalhes e depois acham que temos
obrigação de ajudá-los e não entendem se dissermos
não. Uma vez um papa (senhor) me disse: vocês
brancos tem muito dinheiro, eu respondi: não temos.
Nós temos que trabalhar para conseguir alguma
coisa. Ele respondeu: não acreditamos, nós não
conseguimos perceber (entender).
Duas perguntas:
-Quais são as maiores alegrias?
Raí responde: Conviver com o povo Macua,
acompanhar os processos de crescimento das
crianças e dos jovens nas escolas e em outros
momentos. Alegria de estar a serviço do Reino de
Deus e fazer tudo com amor. Procurar ser um com
eles. Sentir-se em casa. Encontro com a equipe
missionária. Convivência fraterna.
Maiores Dificuldades?
Malária que vem de vez em quando.
-Por que escolheu ser missionária?
Para servir e doar-me sem limites ao trabalho ao Reino de Deus.
Fonte: http://www.pom.org.br/download/jornal/jpm_36_%20jun_2015.pdf
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